quinta-feira, 22 de março de 2012

Fazendo número num programa da BTV

Ontem o curso de chinês de meu marido nos levou para acompanhar a gravação de um programa da BTVBeijing Television - emissora do governo chinês. Fica a cerca de quatro quilômetros aqui de casa, num prédio moderno, enorme.
A Beijing Television.

Torre da BTV.

Fazendo pose na entrada.

Depois de deixarmos nossas bolsas num armário na portaria, fomos encaminhados ao estúdio. Ele era bem grande, pé direito alto, com inúmeros holofotes e toda a parafernália de iluminação no teto. No centro, um palco redondo e, nas laterais, duas pequenas arquibancadas, cada uma com quatro níveis. No palco uma mesinha e duas poltronas: uma para o apresentador e outra para o entrevistado. Uma assistente de produção colocou duas xícaras de porcelana na mesinha. Provavelmente com chá – apesar de que nem tocaram nela.

Estava "cavando" uma vaguinha de apresentadora!

Pensei que assistiríamos a gravação de um programa de entrevista com participação do público, mas não foi nada disso que aconteceu. Pouco antes de começar, um outro assistente de produção deu algumas instruções para o público. Óbvio que não entendi nada! Ou melhor: entendi quando ele mandou batermos palmas.
Depois de uns 15 minutos de espera, finalmente começou a gravação: “Si, san, er, yi...” 4, 3, 2, 1 e os holofotes marcaram a entrada do apresentador. E tome palmas!  Após uma breve introdução, o rapaz, de terno e gravata, recebeu o convidado: um senhor que aparentava ter uns 60 anos. Mais palmas! Os dois sentaram e a entrevista começou. No fundo do palco um telão mostrava algumas fotos do entrevistado. Algumas, não. Foram apenas quatro! Durante toda a entrevista rolou uma musiquinha de fundo, instrumental, tocada, ao vivo, por um músico que estava posicionado em frente ao palco, mas longe das câmeras.
Eles usavam duas câmeras de cada lado - na diagonal - duas frontais, e uma grua. Produção pequena. Me chamou a atenção o fato do apresentador não usar “ponto eletrônico”. Algo básico hoje em dia na tv. Pra quem não sabe, “ponto eletrônico” é um aparelhinho que é colocado no ouvido do apresentador/locutor/repórter e por onde ele ouve as instruções do coordenador do evento. Parece um aparelho de surdez. Aqui, a comunicação com o apresentador era feita por um dos assistentes que, às vezes, ficava acenando, em vão, para chamar a atenção do apresentador. Duas vezes a gravação foi interrompida para que o assistente passasse instruções ao pé do ouvido do apresentador. Bem arcaico.
Detalhe da "grua".
O entrevistado e o apresentador.
O telão onde exibiam as fotos.
Agora a parte mais engraçada: como a entrevista não tinha fim - durou aproximadamente uma hora e meia - algumas pessoas da plateia começaram a descer das arquibancadas para ir embora. Isso mesmo: no meio da gravação se levantavam e passavam, sem cerimônia, bem na frente de uma das câmeras laterais. Uma loucura. Era até engraçado. E pior que ninguém da produção se preocupou em mandar as pessoas se sentarem. Acho que até eles não estavam aguentando. Os cinegrafistas fixaram suas câmeras e ficaram a maior parte do tempo mexendo em seus celulares! Inacreditável! O único que teve mais trabalho foi o da grua mas, mesmo assim, depois de um tempo ele deixou ela lá no alto, parada, e foi “brincar” com o celular, também.
Sinceramente não entendi o porquê de ter público naquela entrevista. Nossa única participação foi bater palmas! E isso aconteceu duas vezes. Se ao menos as pessoas fossem fazer perguntas ao entrevistado. Mas isso não rolou!
Nossa “guia”, que passou praticamente toda a entrevista “ensinando” chinês para a Gigi, também “jogou a toalha” e fez sinal para irmos embora. Igualzinho aos outros, saímos com a entrevista em andamento. Só que, mais discretos, não passamos na frente das câmeras!
Infelizmente foi só o que conheci da emissora. Gostaria de ter feito um verdadeiro tour pela redação, pelos controles. Mas não sei se eles permitiriam. Nem perguntei. Já estavam todos cansados.
Se a produção de programas por aqui é sempre assim, acho que os chineses precisam de um cursinho de como fazer tv. Mas, apesar de tudo, foi interessante e divertido acompanhar a gravação.
Quem era o entrevistado? Não sei até agora. Nossa guia também não. Ele estava ali falando sobre a vida dele. Vou ficar de olho na tv pra assistir ao programa que, com a edição, deve ficar bem mais curto e menos chato. Ah, e quem sabe me vejo na tv chinesa...batendo palmas!!!!






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