segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Soltando lanternas como os chineses




“...O céu fica todo iluminado         
Fica o céu todo estrelado    
Pintadinho de Balão...

“...E o balão ia subindo 
Para o azul da imensidão”. 



Você que está lendo esse post deve estar me achando doida, por estar, em pleno mês de fevereiro, e do outro lado do mundo, “cantando” trechos de Chegou a hora da Fogueira. Não, eu não estou saudosista nem tem festa junina por aqui. É que esses pedacinhos da letra podem bem servir de tema para a noite de ontem, aqui em Beijing e, certamente, em vários outros cantos da China. Nesse domingo os chineses celebraram O Festival das Lanternas (元宵 yuán xiāo jié), último dia de comemorações do recém-chegado Ano Novo Chinês, ou como eles preferem por aqui, O Festival da Primavera. Depois de 15 dias de festas, reuniões familiares e muitos, mas muitos fogos, é hora de voltar às aulas, ao trabalho, retomar o dia a dia normal. Para alguns a vida voltou aos trilhos na semana passada, mas para a grande maioria dos chineses, o ano realmente só começa agora.

Já estamos aqui em Beijing há mais de um ano e, apesar de ter escrito um pouco sobre O Festival das Lanternas, aqui no blog, no ano passado – dia seis de fevereiro, “Noite do Festival das Lanternas” - somente esse ano realmente vivenciamos, em parte, o quê é essa comemoração. Ao contrário do ano passado, quando não vimos nenhuma lanterna no céu, esse ano não só vimos dezenas, como também compramos e soltamos nossas próprias lanternas. Mas como elas são? Agora você vai entender porque comecei o texto falando de “balão”. As lanternas chinesas nada mais são do que pequenos balões de papel fino. A diferença é que elas não têm aquela tradicional forma de nossos balõezinhos japoneses. Mas qual o significado delas? Na verdade são muitos e variam de região para região da China. Aqui em Beijing parece que a intenção é pedir aos céus sorte e felicidade, na vida e no “Amor”, a palavra que vi estampada em quase todas as lanternas.

"Love" (Amor) escrito nas lanternas. Um balãozinho diferente.


Enquanto uma sobe, outras dezenas já estão bem lá longe.


Que todos os pedidos sejam realizados!


Para mim e meu marido a diversão foi mostrar para nossas filhas como se solta um balão, ou melhor, a lanterna e, é claro, “viver a cultura chinesa”. Além disso, foi como voltar ao passado, quando nas comemorações das festas juninas soltávamos o balãozinho japonês. Ele subia aqui e já caía ali. Mas era a diversão da garotada. Tempos depois eles foram proibidos, porque podiam causas incêndios. Aqui na China eles ainda não têm essa preocupação. Estão bem longe disso porque, além das lanternas, é incrível a quantidade de fogos de artifícios que soltam em qualquer lugar nas ruas, pertos das pessoas, dos locais com vegetação seca... Mas vi chinês preocupado - correndo atrás da lanterna que não subiu e que começou a pegar fogo no capim seco - tentando apagar o mini incêndio jogando areia. Menos mal.

Olha a cara de felicidade da Gigi.


Nossa lanterna está quase pronta pra subir.


E lá vai ela!!!


A chinesa, além de nos emprestar o isqueiro,
nos ajudou com esse balão.


Foi como relembrar os bons tempos.
de nossas Festas Juninas.


Gostamos e nos divertimos e vivemos uma parte da cultura chinesa. Mas é como já falei aqui diversas vezes: os chineses são muito autênticos, se divertem com coisas simples e pueris. É um povo que pode estar a cada dia um pouco mais “ocidental”, no que diz respeito a bens de consumo, mas quando se trata de tradição, eles são “bem chineses” e se orgulham disso.


Uma tradição milenar que os chineses não deixam de celebrar.


Eles acendem caixas como essa de morteiros nas calçadas.
Ontem foi barulho a noite toda. Mais até do que no
próprio dia do Ano Novo.


Na decoração não faltam essas bonitas lanternas.








domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Orquestra Sinfônica de Beijing


Nossa vida cultural continua agitada aqui em Beijing. Ontem à noite fomos assistir a apresentação da Osquestra Sinfônica de Beijing, no Salão de Concertos da Cidade Proibida: o NORINCO Spring Concert 2013. NORINCO, a patrocinadora do evento, é uma das mais poderosas empresas do setor de defesa e tecnologia da China.


Capa do programa.



Um dos tickets para o espetáculo.


O Salão fica no Zhongshan Park (中山公园 Zhōngshān Gōngyuán), antigo jardim imperial localizado nas dependências da Cidade Proibida, mas que está fora da parte da Cidade cercada pelos muros. 

É a partir daqui que o público tem acesso à Cidade Proibida,
para visitação. Além desse ponto, durante o dia, só pagando ingresso.
O Salão de Concertos, no Zhongshan Park, fica a oeste.


Não é de hoje que os chineses apreciam uma boa música e uma boa ópera. Vide a tradicional Ópera de Pequim, criada lá pelos idos do século XVIII.

O público presente era bem diversificado: homens e mulheres, jovens e até crianças. Aqui de casa foi a família toda, afinal, não é sempre que temos a oportunidade de acompanhar um espetáculo como esse. As meninas gostaram e nós também. É impossível não ficar encantada com o rufar de tambores, a melodia das flautas, dos saxofones, os violoncelos, os violinos... São tantos instrumentos. Eu, particularmente, acho encantador o movimento sincronizado que os violinistas acabam proporcionando: parece uma dança. Uma bela harpa dourada estava também entre os instrumentos.

A Orquestra Sinfônica de Beijing, fundada em 1977, é uma das mais premiadas da China e já foi aclamada em diversas partes do mundo. Acho que tinha uns 50 músicos, dos quais contei seis estrangeiros. O resto tudo de “olhinho puxado”.

O maestro regente, Tan Lihua, foi um show a parte, além de uma simpatia. Se para os leigos seus movimentos de mãos pra lá e pra cá parecem engraçados, para a orquestra eles definem o compasso e a velocidade com que a obra deve ser executada.  Como dizia o compositor alemão Richard Wagner "a regência resume-se em duas funções: saber onde está a melodia e dar à orquestra o andamento justo".

O maestro Tan Lihua estava sempre com uma carinha
como essa da foto, que peguei na internet. Uma simpatia.


Foram ao todo 15 músicas executadas no programa. Como sempre os chineses não deixam de tocar algumas das grandes obras italianas, como “O Sole Mio”, “Nessun Dorma” e “Brindisi. Já fui a jantares por aqui em que no repertório musical não faltou “O Sole Mio. Arroz de festa!

Outros grandes momentos foram as execuções de “Voices of Spring” (“Vozes da Primavera”) de Strauss, com a atuação da Soprano Yao Hong – uma chinesa gordinha que chamava a atenção num longo de veludo vermelho – e a também conhecida “Light Cavalry Overture”, de Franz von Suppé.  

Não sou nenhuma “expert” em música clássica, mas conheço as tradicionais. Graças, é claro, aos muitos discos de meu Pai. No momento das execuções das músicas italianas não pude deixar de lembrar, também, de meu sogro, “un autentico italiano”.

Além da Soprano chinesa, o programa contou com as participações de um Tenor chinês e de uma Solista de Erhu, também chinesa. Erhu (se pronuncia “ár ru”) é um instrumento tradicional aqui da China, também chamado de “violino chinês”, que tem um som diferente, meio estridente. O surgimento do Erhu é bem anterior ao violino: entre os séculos VII e X. Olhando assim de longe se parece muito com um berimbau. Só que o Erhu possui duas cordas e é tocado com um arco – normalmente feito com crina de cavalo – que fica preso entre as cordas. É comum ver pessoas tocando esse instrumento aqui pelas ruas, normalmente para ganhar algum dinheiro.


Erhu, o "violino chinês".


Ao final das apresentações - após cerca de duas horas - o maestro foi e voltou três vezes para a posição dele no palco, para agradecer ao público que não parava de bater palmas. Com isso, ele não deu um “bis”, mas um “tris”.

A última música foi um pequeno trecho do “Orphée aux enfers” (“Orpheus in the Underworld” – “Orfeu no Inferno”) de Jacques Offenbach, que tem o Can-Can, a dança francesa que mistura polca e quadrilha, como tema musical. Aqui o interessante é que o silêncio da plateia durante todas as apresentações deu lugar a um momento de integração entre a orquestra e o público que acompanhou cada compasso, batendo palmas.

“Bravo... Bravíssimo”!

A Orquestra nos momentos finais da apresentação.


De pé, agradecendo aos aplausos.







quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Teatro Nacional e a Cerimônia da Bandeira na Praça da Paz Celestial


Depois de rezar um pouco e de mais uma grande caminhada e um pit-stop para o almoço – afinal ninguém é de ferro – continuamos a super terça visitando o Grande Teatro Nacional, o National Centre for The Performing Arts - 国家大 - Guójiā dà jùyuàn – aquela grande construção a poucos metros da Praça da Paz Celestial que tem a forma de uma elipse. Escrevi sobre o teatro aqui no blog, no dia dois de dezembro de 2012O Moderno Teatro Nacional. Voltamos lá porque a Cinara ainda não o conhecia. Claro que ela ficou encantada com o lugar.



Dessa vez o hall de entrada estava decorado com as tradicionais lanternas vermelhas,
 ainda por conta das festividades do Ano Novo Chinês. 


Aproveitamos para dar uma olhada na programação do Teatro e vimos que agora em março tem apresentação do American Ballet Theatre, que está em turnê pela China e vai encenar o famoso Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Já combinamos de ir. Mais assunto para o blog.


Folder que peguei no Teatro com as informações sobre o ballet.


Quando saímos do teatro nossa intenção era voltar para casa. Mas ao chegarmos à Praça da Paz Celestial percebemos que faltavam poucos minutos para às 18h00, hora da tradicional cerimônia da bandeira da Praça. Resolvemos esperar pra ver. Foram cerca de 50 minutos de espera, num frio danado que congelava os ossos, apesar de estarmos com várias camadas de roupa. A situação melhorou um pouco quando outras pessoas começaram a chegar e bloquearam um pouco o vento, atrás da gente. Eu batia os dentes de frio.

A cerimônia do Pavilhão Nacional da China acontece diariamente na Praça da Paz Celestial, independentemente do tempo. Faça frio, sol, chuva ou esteja nevando, a cerimônia acontece.

E na terça-feira, dia 18 de fevereiro de 2013, o nascer do sol em Beijing aconteceu às 7h02, hora em que a bandeira nacional da China foi hasteada pela manhã. Como manda a tradição, no horário do pôr do sol daquele dia, que aconteceu às 17h54, a bandeira foi arriada.

A avenida Jianguomen foi momentaneamente fechada para a passagem de 36 soldados que vieram de dentro da Cidade Proibida, pelo arco principal do Portão do Céu. A maneira como eles marcham é um show à parte.


Os 36 soldados cruzam a Jianguomen.


Dois grupos de 16 soldados se dividiram e passaram pelas laterais no local onde fica a bandeira para se perfilar de frente para ela. Enquanto isso os outros quatro se posicionaram para recolher a bandeira. A cerimônia é realizada em silêncio e o povo respeita o momento. Não sei se na parte da manhã, quando a bandeira é hasteada, é tocado o hino nacional.


Em frente ao mastro, os soldados se dividem...


...passam pela lateral...


...e ficam perfilados enquanto a bandeira é arriada. 



Quando a bandeira chega quase embaixo no mastro, um soldado efetua diversos movimentos com as mãos, enrolando o pavilhão num cerimonial diferente. A bandeira não é dobrada, mas, não sei como, o soldado a transfere para um pequeno mastro. Os soldados voltam a se reagrupar e um deles carrega o mastro no ombro, com a bandeira semienrolada. Novamente marchando eles voltam a cruzar a Jianguomen e entram na Cidade Proibida.


A bandeira quase pronta para ser recolhida.


Já no ombro de um dos soldados...


...a bandeira é escoltada para dentro da Cidade Proibida.



Em poucos minutos as pessoas começam a dispersar e carros da polícia aparecem, com seus autofalantes ordenando alguma coisa. Não entendi, mas compreendi o que queriam: que a população deixasse as dependências da Praça. Chega de visitas!

À noite ninguém tem permissão de andar pela Praça da Paz Celestial, mas algumas pessoas permanecem tirando fotos em frente ao portão da Cidade Proibida. A iluminação à noite torna o lugar muito bonito.


A iluminação do Portão do Céu é uma das atrações da Praça da Paz Celestial à noite.


Quase congeladas, com praticamente todos os ossos do corpo doendo, caminhamos para fora da Praça e fomos esperar nossa carona pra voltar pra casa. A maratona da super terça chegava ao fim, mas apesar de todo o cansaço, valeu a pena.

Visitando a Primeira Igreja Católica de Beijing


A terça-feira cultural e turística não terminou na Rua do Imperador. Estava apenas na metade quando eu, Cinara, Cristiane e Gigi fomos a procura da primeira igreja católica de Beijing. Mais uma vez foi um pergunta daqui e ali e olha no mapa, calcula a distância... O problema é que as quadras chinesas são enormes. Nosso mapa indicava que estávamos a apenas duas quadras da igreja. Mas andávamos e andávamos e nada. Finalmente, de longe, avistei uma torre com uma cruz. Só podia ser ela! Após cerca de dois quilômetros de uma boa caminhada pela Qianmen Xidajie, chegamos ao nosso destino. Lá estava a Catedral do Sul, Nan Tang 南堂, também conhecida como Igreja da Imaculada Conceição 圣母无染原罪堂,  ou Xuānwǔmén Tiānzhǔtáng  宣武门天主.

Em 1601 existia no atual local uma pequena capela em estilo chinês, conhecida como igreja de Xuānwǔmén, o nome do bairro local. Ela servia de residência aos primeiros missionários jesuítas que viviam em Beijing: um deles, o italiano Matteo Ricci. Se você acompanha o blog desde o começo, deve lembrar que falei de Ricci quando escrevi sobre Macau – post do dia 12 de março de 2012, Macau - Parte 2.


Mais uma vez a foto da estátua de Matteo Ricci 
que tirei em Macau, em março de 2012.


Matteo Ricci começou sua missão jesuíta na China em 1582, ao chegar a Macau que, na época, era um importante entreposto comercial de Portugal. Seu trabalho de conversão dos chineses ao cristianismo chamou a atenção do Imperador Wanli, que o convidou para vir até Beijing. Ricci foi o primeiro ocidental a entrar na Cidade Proibida.

Como o número de fiéis aumentava cada vez mais, Ricci obteve a permissão do Imperador para construir uma igreja maior, em 1610.

Em 1650 a capela foi reformada por outro jesuíta, o alemão Johann Adam Schell von Bell. Anexos serviam de residência aos padres, e o local ainda abrigava um observatório astronômico e uma biblioteca. A nova igreja, construída em estilo barroco foi, então, dedicada à Imaculada Conceição.



Ilustração com Matteo Ricci, à esquerda, e Johann Adam Schell, à direita.


Em 1690 Beijing se tornou uma Diocese – unidade territorial administrada por um bispo – ao receber Bernadin Della Chiesa como primeiro bispo da igreja católica na cidade. Seu nome chinês era Kang He Zhi. A partir de então, a igreja se tornou uma Catedral.

A igreja original foi destruída por dois terremotos e também por um incêndio, em 1775. Além disso, em 1838, a religião católica sofreu sanções do Imperador Dao Guang, que passou a considera-la como uma má influência aos chineses. Como resultado, a atuação das igrejas católicas na China foram restritas. Somente em 1860 é que a catedral foi reaberta.

Poucos anos depois, em 1900, atos de vandalismo da Rebelião Boxer colocaram abaixo todas as igrejas de Beijing. Em 1904, pela quarta vez em sua história, a Igreja da Imaculada Conceição foi reconstruída em sua atual forma.

A catedral é cercada por muros e possui, num jardim ao lado, ao ar livre, uma imagem de Nossa Senhora.


A Catedral vista pelo lado de fora.


Jardim externo onde se encontra uma imagem de Nossa Senhora. 


A porta principal da igreja estava fechada. Entramos por uma das portas secundárias, também na frente. A igreja é simples, possui vários vitrais coloridos e tem uma nave grande, com o teto em meia lua.

A porta principal estava fechada.


A Catedral por dentro.

Vários vitrais ornamentam a Catedral.


No geral, o estado de conservação da igreja está deixando a desejar. Os bancos são velhos, e as almofadas dos assentos e dos genuflexórios – onde nos ajoelhamos - estão gastas e até rasgadas. O tapete que cobre o corredor central também é bem antigo. No altar, ao fundo, um quadro com a pintura de Nossa Senhora. Nos cantos laterais da igreja, duas diferentes imagens de Cristo. Em frente à do lado esquerdo há um pequeno altar para acender velas.

A pintura de Nossa Senhora da Imaculada Conceição na
parede de fundo do altar.


O antigo e o novo também se encontram dentro da igreja: telas de LCD estão penduradas em algumas colunas, assim como dois relógios digitais que marcam a hora, o dia e a temperatura ali dentro. Há também câmeras de segurança espalhadas por vários pontos.


Câmeras, telas de LCD e relógios digitais na nave principal.


Duas chinesas, que provavelmente trabalham ali, ocupavam uma mesinha, logo na entrada, mexendo em alguns papéis, tomando notas. Nos bancos da igreja somente um rapaz que permaneceu sentado ali e só se levantou um pouco antes de deixarmos o local.

Pela primeira vez, desde que cheguei a Beijing, entrei numa Igreja Católica e rezei.

Há missas diariamente na Catedral e elas são celebradas tanto em chinês, como em inglês e latin.

O endereço da Catedral da Imaculada Conceição é 141 Qianmen Xidajie, Xuanwumen, Beijing.


Qian Men Dajie, a Rua do Imperador


O entorno da Praça da Paz Celestial, aqui em Beijing, é realmente um lugar repleto de atrações e que conta muito da história da capital chinesa.

Ainda na terça-feira conheci a chamada Qian Men Emperor’s Streeta Rua do Imperador – ou Qian Men Dajie 门大街 - uma tradicional rua de pedestres de Beijing, considerada uma das áreas de comércio mais antigas da capital. A rua, de 840 metros de comprimento, foi reaberta ao público em 2008, após uma grande reforma – mais um projeto dos chineses com o foco voltado para os Jogos Olímpicos de 2010. Ela fica bem no histórico eixo central de Beijing, começando na Qian Men Dong Dajie, perto da Torre do Arco, no lado sul da Praça da Paz Celestial.


A face sul da Torre do Arco bem em frente a Qian Men Dajie.


O atual nome, Rua do Imperador, é porque ela servia de passagem ao soberano, quando ele queria fazer sacrifícios e rezar por uma boa colheita no Templo do Céu. Por isso, alguns também chamam o local de Rua do Céu.



Entrada norte da rua. 
Bem na frente o ideograma chinês chūn  
que significa primavera. 





Um tradicional arco chinês marca o início da rua.



Chama a atenção a limpeza do lugar...


...e a decoração, sempre com muitas flores.

  

Várias placas como essa ornamentam o chão.


Antigos trens também foram reformados e agora servem de atração turística.
 É possível cruzar toda a rua a bordo de um deles.



Sinal dos novos tempos, atualmente as tradicionais lojas chinesas, restaurantes, casas de chá e farmácias dividem espaço na rua com lojas como H&M, Starbucks e Zara, entre outras.

Mas se você quer mergulhar mesmo no comércio local, bem ao lado da Qian Men Dajie fica a também famosa Dà shān lán -  . Nela você encontra, a preços bem em conta, echarpes de seda, pashmina, sapatilhas chinesas, antigas e tradicionais farmácias, comidas típicas, bonequinhas, artigos em jade, cloisonnés... Uma enorme variedade de artesanatos, tudo muito interessante.


Comércio movimentado e bem atrativo.


Encontramos muitas esculturas como essas espalhadas pela redondeza.



O local é bonito e interessante. Um exemplo de como os chineses sabem explorar e usar seu passado histórico e sua cultura para atrair os turistas. Um passeio que vale a pena.
  
Mais sobre a Qiamen Emperor’s Street:

Durante o período das dinastias Ming e Qing (1368-1911) a rua era chamada de Zhengyangmen Dajie. A partir de 1965 é que passou a ser chamada de Qian Men Dajie.

Uma antiga foto da Qian Men Dajie.
Ao fundo a Torre do Arco.


Tirei uma foto parecida.


Em 1900, durante uma invasão à cidade, a rua foi saqueada e completamente destruída por um incêndio. Recuperada, passou a ser um local de teatros, casas de chá, restaurantes, farmácias e ponto de festivais culturais. Após a grande reformulação que terminou em 2008, a rua se transformou num moderno centro de comércio, assim como Wangfujing e Xidan. A diferença é que a Qian Men Dajie ainda conserva muito da antiga cultura chinesa.