quarta-feira, 31 de julho de 2013

Férias em Sanya

É verão aqui na China e aproveitando as férias das meninas resolvemos curtir uma praia: ficar de papo para o ar, sem fazer nada, simplesmente aproveitando a folga. Esse era nosso objetivo ao escolher Sanya, no extremo sul do país, como destino. Uma ida ao paraíso pra quem não ia a uma praia há mais de cinco anos – a última vez foi ainda em Inema, Salvador/Bahia, em 2008. Meu Deus, quanto tempo!

Sanya ( Sānyà) fica a cerca de três mil quilômetros ao sul de Beijing, na província de Hainan (海南 Hǎinán), uma ilha localizada no Mar da China Meridional (South China Sea, em inglês). Alguns chineses chamam o lugar de A Riviera Chinesa e também de O Havaí Chinês.


Beijing-Sanya: aproximadamente 3.000 km de distância.
Cerca de 3h e 20 minutos de avião.


Sanya já se chamou Yazhou, Yaxian e Tianya Haijiao (天涯海角) que significa “Final do Céu e do Oceano” ou “O Final da Terra”. Somente em 1987 é que a cidade recebeu o nome atual.  Com o desenvolvimento da China, a região cresceu como ponto turístico, atraindo cada vez mais pessoas, graças a seu clima tropical e suas belas praias.

A cidade é sede da equipe de volêi de praia da China e, inclusive, costuma receber uma das etapas do Circuito Mundial. Esse ano, não sei por que, Sanya ficou de fora: em abril/maio foi disputado o Fuzhou Open e o Grand Slam de Shanghai.  No início de outubro tem o Grand Slam de Beijing – “já estou lá” – e em no final de outubro, o Xiamen Open.

Ficamos por sete dias hospedados num resort na Baía de Yalong Bay, que fica a mais ou menos 20 minutos de carro do centro da cidade de Sanya e a cerca de meia hora do aeroporto. O lugar é bem bonito, e nos lembrou um pouco o nordeste brasileiro.

A) Sanya.
B) Yalong Bay.

A água, verdinha e clara, e de pouca salinidade, esteve sempre numa temperatura aconchegante: nem fria, nem quente. Tudo bem que o sol, na maior parte do tempo, teve que “brigar” um pouco com as nuvens e a chuva para aparecer, mas foi o suficiente para pegarmos um leve bronzeado – pra quem estava num “branco chinês” foi maravilhoso!

A linda vista da varanda de nosso quarto.

Choveu praticamente todos os dias, mas nem por isso deixamos de aproveitar a praia e a piscina do hotel, com ou sem garoa. Somente num dia ficamos quase que o tempo todo dentro do quarto, porque a chuva não deu trégua.

No sábado, chegamos ao hotel por volta de uma hora da tarde.
Almoçamos e pouco antes das três horas já estávamos 
indo aproveitar a beleza do lugar.

Olha a alegria das meninas!

Gigi se esbaldou de pegar "jacaré", até de costas.


Em alguns trechos, como o nosso, o acesso à praia é restrito
aos hóspedes dos hotéis. 

Passamos a tarde de sábado só aproveitando a praia.


As meninas curtiram cada minuto.

Amanda tirou até uma soneca. 


O mar de Yalong Bay é calmo, com ondas pequenas – somente nos dois últimos dias é que estava batendo mais forte e colocaram a bandeira vermelha, sinal de banho proibido. Mas os chineses não têm muita “intimidade” com o mar e a maioria entra na água com boias e coletes. Chega a ser engraçado vê-los se divertindo na praia. Primeiro por causa dos modelitos das roupas: os homens com sungas enormes que puxam até o alto, na cintura, e as mulheres com maiôs super-recatados. Muitos vão à praia de roupa e ficam na beira, brincando de molhar os pés. Só que acabam se molhando todos e, alguns, caindo em plena arrebentação. Mas eles não estão nem aí: o que importa é a diversão.


Os chineses ficam na praia de roupa, com sombrinhas...

 
... e usam e abusam das boias.


Esse bebê aqui estava bem à vontade, peladinho.


Há diversas opções de entretenimento na praia, como andar de Parasail, Banana Boat...

...Jet Ski e dirigir um Segway na areia.
Como era tudo um pouco "salgado", ficamos só olhando.


Às seis da tarde ainda estávamos na praia.


 Alguns "clicks" do nosso belo hotel


A piscina vista da varanda do quarto.


Uma piscina com borda infinita, bem perto do hall de entrada.


A piscina é apenas "cênica" ... 

... e tem o fundo repleto de pedras de rio.


Na borda da piscina, uma pequena queda d'água.


Bem na frente da piscina, um grande gramado.


Começamos o domingo pela piscina.

  
E antes de irmos para a praia tiramos umas fotos no jardim.

Quando o sol abriu, corremos para a praia.


Não tem como não gostar de uma paisagem como essa, não é mesmo?


A saudade do Brasil a gente leva até na canga!

Água de coco pra hidratar sempre cai bem.


À noite também passeávamos pelo resort.


Na segunda-feira, dia 22, o tempo permaneceu incerto, o sol continuava escasso, e resolvemos ir até o centro de Sanya, pra conhecer um pouco da cidade. Pegamos um táxi no hotel e, após cerca de meia hora, chegamos a Jiefang Road Pedestrian Street (解放路 Jiěfàng lù), a rua mais famosa do centro da cidade, que possui restaurantes, diversas lojas e opções de entretenimento.  


A rua de pedestres.

 
No centro, um corredor com 
stands vendendo artesanato e bijuterias locais.

Uma foto com o Buda Feliz, pra dar sorte.

Nessa rua há um restaurante brasileiro, mas olhamos de longe e, como ainda era cedo, preferimos seguir com o passeio.

O restaurante brasileiro, lá em cima. 


Depois de comprarmos água de coco e algumas boias, seguimos até a orla da cidade – a cerca de uma quadra. A praia, naquele ponto, não tem faixa de areia, somente pedras. É uma beira-mar simples.

De longe vimos a Phoenix Island – a Ilha Fênix, uma ilha artificial ainda em construção - que chama a atenção pelos três prédios em forma de elipse (depois, do avião, na viagem de volta à noite, vimos que eles ficam todos iluminados, com as luzes trocando de cores).

A Phoenix Island lá no fundo.

A ilha será dividida em oito seções que vão abrigar hotéis e apartamentos residenciais do mais alto luxo, uma marina, centro de conferência, shoppings, parque temático, área de recreação e lazer e um porto para navios de grande porte. O metro quadrado no local chega a custar Us$15 mil! 

Mas a ambição da China não tem tamanho e limite: de olho nos chineses que deixam o continente para gastar dinheiro em Hong Kong e na Coreia do Sul, há dois anos foi lançado na cidade o Sanya Duty-free Store. Atualmente são dois shoppings, mas o China Duty Free Group deve abrir, já no próximo ano, o complexo chamado Mission Hills Town Center que terá o maior Duty-Free Mall do mundo! Um paraíso do consumo numa área de 20 km quadrados que vai movimentar milhões de dólares. 

Reprodução do Mission Hills Town Center que
deve abrigar o maior Duty-Free Mall do mundo.

Apesar da garoa fina que caía, decidimos pegar um outro táxi para conhecer o Templo Budista de Nanshan (南山寺 Nánshānsì, literalmente “Templo do Sul da Montanha”) que fica numa das pontas da ilha. Levamos cerca de meia hora do centro de Sanya até lá (mais ou menos 40km da cidade).


A) Yalong Bay
B) Centro de Sanya.
C) Templo Nanshan


O lugar estava bem movimentado. Acho que é o principal ponto turístico da região, depois das praias.

 
O pórtico de entrada.


Quase não conseguimos tirar foto
nesse gongo chinês, porque
os chineses insistiam em furar a fila.
Coisa normal por aqui.


Templo. Lá dentro havia uma imagem
de Buda, mas era proibido fotografar.


Pavilhão para a lavagem das mãos antes de ir reverenciar Buda.
Eu molhei a minha mão ali somente depois.

A uns trezentos metros da catraca de entrada avistamos a estátua de Bodhisattva Avalokitesvara, mais conhecida como GuanyinDeusa da Compaixão e da Misericórdia.

Lá ao fundo a imagem de Guanyin.

Uma enorme mão de Guanyin na
praça central.

A mão de Guanyin e a estátua, lá ao fundo.

 
Logo após a praça há dois caminhos laterais repletos desses 
cilindros de oração, que dizem dar sorte. 
Por via das dúvidas, saímos rodando alguns.




Com 108 metros de altura (135 metros levando em conta o pedestal), a estátua de Guanyin possui três faces: uma voltada para o interior do Templo e as outras duas viradas para o mar, simbolizando a proteção da deusa à China e ao Mundo.

Essa ponte que leva até a estátua é chamada
de Ponte do Alívio Universal.

Olha como o lugar fica lotado nos dias festivos.

Na fase voltada para o Templo, a Deusa segura um mantra com a mão esquerda, e sinaliza o Vitarka Mudra com a direita. Vitarka Mudra é um dos 10 gestos simbólicos de Buda. O círculo formado pelo indicador e o polegar direitos cria um fluxo de constante energia e informação.


Guanyin fazendo o Vitarka Mudra.

Só conseguimos ver a face virada para o Templo, já que não fomos na parte de cima da estátua e as laterais, embaixo, estavam fechadas para obras.

A face virada para o Templo.

Pagoda num dos cantos da praia. Só vimos de longe.

Nas outras duas faces, em uma a Deusa está com as mãos cruzadas, segurando um colar de contas de oração, e em outra ela segura uma flor de lótus. Essa estátua é considerada, atualmente, a quarta mais alta do mundo e a mais alta estátua da Deusa Guanyin. Só para comparar, a estátua do Cristo Redentor, no Rio, tem 30 metros de altura, ou 39.6m considerando seu pedestal. (Para ver uma lista com as maiores estátuas do mundo, acesse http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_statues_by_height).


Painel mostrando as três faces de Guanyin.

Como sempre vimos as pessoas reverenciando a deusa e oferecendo alimentos e incensos. Num grande salão, abaixo da estátua, há uma outra imagem de Guanyin, toda dourada. Ela segura uma flor de lótus com a mão esquerda. Lá dentro não se pode tirar fotos, mas eu consegui, de longe, do lado de fora, dar um “clique” da imagem.

Fiéis ajoelhados, reverenciando a Deusa e oferecendo incensos.

Entrada para o salão que fica abaixo da grande estátua.

Imagem dourada de Guanyin, no altar
abaixo da grande estátua.

Ao redor desse salão existem diversas saletas repletas de imagens em miniatura da Deusa (devem ter uns 30 cm de altura). Há estátuas douradas e outras feitas em um material meio bege (não consegui identificar o tipo exato de material). Não tenho certeza, mas acho que essas imagens são compradas ali mesmo e as pessoas pagam para deixá-las numa das prateleiras, como oferenda à Deusa.

Ficamos no local por cerca de duas horas. Ainda havia outras coisas pra serem "exploradas", mas a garoa fina que estava caindo nos desanimou a continuar o passeio.

As paredes laterais desse corredor
são muito bonitas, com figuras em alto relevo.


Praça central com seis pilares budistas em pedra.

Estátua do monge japonês Konhai,
que nos idos da Dinastia Tang,
parou em Nanshan para aprender sobre o budismo.



Gigi e as estátuas dos pequenos monges.


Na saída, uma surpresa: lá estava o taxista que havia nos trazido. Ele sabia que voltaríamos para Yalong Bay e como não é bobo nem nada, esperou para ganhar a “boa corrida” que faria. Do Templo até Yalong Bay levamos cerca de uma hora (mais ou menos 60 km de distância). Pagamos 145 RMB pela corrida, aproximadamente R$49,00. 

Ao chegarmos a Yalong Bay fomos direto a um pequeno shopping que fica a cerca de 500 metros do hotel, onde descobrimos um Starbucks e uma Pizza Hut. A pizzaria estava cheia, com fila na porta, e então decidimos comer num restaurante coreano. Pedimos um prato de carne sem pimenta, mas como sempre veio apimentado!


O pequeno shopping perto do resort.

O tempo continuava incerto, nublado, mas mesmo assim nos aventuramos na praia, dessa vez com as boias que compramos na cidade.

À tardinha, curtindo a praia...

... até que a chuva chegou mais forte.

No dia 24 de julho, dois dias antes de irmos embora, fomos passear de bicicleta pelas redondezas. Alugamos uma de quatro lugares e saímos pedalando. Demos boas gargalhadas, já que pedalávamos e pedalávamos e a bicicleta não ganhava velocidade: acho que é feita justamente para as pessoas não correrem. Confesso que ficamos cansados com o esforço, mas valeu a pena. Foi algo diferente.

Lá vamos nós na nossa bicicleta!

Pedalando pela orla.

Uma paradinha básica para mais uma água de coco.


Nossa rotina no hotel foi praticamente sempre a mesma: passar o dia na praia e na piscina. Sem horários, sem obrigações, só diversão.

No dia 26, sexta-feira, deixamos o hotel por volta de cinco da tarde e às sete e quarenta da noite estávamos decolando, de volta a Beijing. Após cerca de três horas e meia de voo chegamos à capital, já cheios de saudade da praia e dos dias de “relaxamento” à beira mar. Quando será que voltaremos à praia? Espero que não leve tanto tempo como da última vez, afinal, sol/mar/piscina é uma combinação maravilhosa!


Outras fotos de nosso passeio a Sanya

Pisando nas areias de Yalong Bay pela primeira vez.

Uma alegria só.

Gigi dando alguns pulinhos na areia.


Base Naval chinesa em Sanya.

Wall Street, em New York, tem seu famoso touro.
Sanya também tem. Não tão famoso, mas
valeu a foto.

"Transformer" chinês numa pracinha
perto do hotel. 

Entrada do resort.

O hotel possui uma área onde planta seus produtos orgânicos.

Mais um click da Deusa Guanyin.

Salva-vida dormindo em serviço.

Praça do Totem, em Yalong Bay.

Chinesas curtindo a praia.

Conchas grandes, de variados tipos, à venda na praia.


Gigi e nosso castelo de areia.

Pegando onda de boia.

A bandeira vermelha alertava que o banho estava proibido.
Mas teve chinês abusado entrando na água.



Gigi aproveitando o tobogã da piscina.



 

Nossa pequena "modelo".


E a musa da praia.


Sentiremos saudades!


Zàijiàn Sānyà  再见三亚


Bye bye Sanya.